Baixa Oferta de Ovos de Galinhas Livres Limita Aquisições no Norte e Nordeste
Categoria.: Avicultura
A escassez de ovos de galinhas criadas livres de gaiolas tem dificultado a transição dos supermercados varejistas e atacadistas no Nordeste, onde a produção é mais fragmentada e composta por pequenos produtores, em contraste com as grandes empresas do Sul e Sudeste.
Essa constatação é parte de um estudo realizado com 41 supermercadistas em todo o país, com ou sem metas de transição. As empresas entrevistadas citaram as características do mercado regional como fatores para o atraso e a falta de transparência na divulgação de esforços para eliminar a compra de ovos de galinhas mantidas no sistema convencional.
“No Norte e Nordeste, temos produtores menores com pouco acesso à informação e treinamento em bem-estar animal. Isso resulta em uma demanda muito menor e mais dispersa nessas regiões”, explica Patrycia Sato, Diretora Técnica da Alianima, organização responsável pelo estudo.
O levantamento revela que 74% das empresas não relatam números sobre o compromisso público de eliminar ovos de galinhas criadas em gaiolas. Segundo Patrycia, isso reflete a redução das exigências pelo bem-estar animal na produção de ovos, especialmente no Norte e Nordeste, onde essas questões têm menor apelo.
“Parece que muitas empresas assumiram compromissos devido à pressão de outras organizações, sem verdadeiro engajamento na causa ou na execução”, comenta Patrycia. Das empresas analisadas, apenas três completaram a transição para aves 100% livres de gaiolas, todas operando no Sul e Sudeste.
As demais companhias apresentaram índices de cumprimento entre 35% e 75%, citando o desconhecimento dos consumidores e o alto custo dos ovos de galinhas livres de gaiolas como os principais obstáculos nessa transição.
“O consumidor do Sul e Sudeste possui maior conscientização e concentração de renda. Portanto, sendo um mercado mais exigente e privilegiado, já apresenta essa demanda”, finaliza Patrycia.